Danças indígenas brasileiras – Cultura e significado

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As danças indígenas brasileiras são de grande importância e inspiração para a cultura e folclore nacional. Afinal, muitas das danças folclóricas ou mesmo festas populares foram inspiradas pelas mesmas.

Sempre presentes no cotidiano das tribos, apresentam movimentos e balanços caracterizados principalmente pela inspiração na fauna e flora brasileiras, pois as danças indígenas são as principais conexões entre os índios com as entidades e espíritos da floresta.



Características das danças indígenas brasileiras

Esses tipos de dança podem ser realizados em diversos eventos: desde a celebração de uma pesca bem-sucedida até um ritual fúnebre. Podem ser realizadas em grupos ou mesmo por um único indivíduo, entretanto, algumas das danças indígenas sagradas são exclusivamente destinadas aos homens da tribo, ficando as mulheres de fora.

Vários são os apetrechos utilizados: desde colares e amuletos até máscaras e pinturas específicas para determinada celebração. A seguir, apresentaremos 7 exemplos de danças indígenas brasileiras.

1 – Dança do toré

A dança do toré apresenta como significado a união entre os índios. É realizada geralmente em uma clareira, e os dançarinos distribuem-se formando um grande círculo. A dança inicia-se com o tocar dos maracás (chocalhos tribais confeccionados a partir de uma cabaça oca, contendo grãos, sementes ou pedriscos em seu interior).



A partir de então, os dançarinos iniciam os movimentos, caracterizados por pequenos passos para os lados, de modo que o círculo comece a “girar” em torno do próprio eixo. Tudo isso sempre tocando os maracás, com as cabeças baixas e sempre cantando.

2 – Atiaru

A dança do atiaru é uma das muitas danças indígenas brasileiras que possui um significado espiritual: é dançada para afastar os maus espíritos, para então atrair os bons. Apesar de ser uma dança espiritual, é permitida a participação de homens e mulheres.

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O evento inicia-se próximo ao pôr do sol, e os dançarinos caracterizam-se pelas vestimentas muito bem elaboradas: grandes cocares de plumas, colares, pulseiras e chocalhos amarrados nos tornozelos.

Os dançarinos são distribuídos em trios: no meio, um índio tocando um yapurutu (flauta tribal com cerca de 1 metro de comprimento), com um índio de cada lado, ambos com a mão apoiada no ombro do que vai no meio. Os movimentos são rápidos, com passadas para a direita e esquerda, acompanhando o ritmo do chocalho.

3 – Jacundá

A dança do jacundá é uma das danças indígenas brasileiras dedicadas a representação da pescaria.  Os dançarinos distribuem-se de maneira que formem um círculo, sempre alternando entre homens e mulheres.

No centro do círculo, um índio e uma índia dançam como se fossem um peixe e, no meio da dança, tentam fugir para fora do círculo. Caso um dos índios que compõem o círculo não consiga impedir a fuga de um deles, deverá substituir o fujão. É uma dança muito divertida e onde todos dão gargalhadas, sendo muito utilizada para o lazer e entretenimento.



4 – Kuarup – Danças indígenas em homenagem aos mortos

Essa dança faz parte de um ritual tribal em homenagem aos mortos, celebrando assim suas memórias. Apesar do tema, é uma das mais alegres danças indígenas brasileiras, pois de acordo com a cultura das tribos, os finados não gostariam de seus companheiros vivos tristes por sua passagem.

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A dança do kuarup está relacionada as tribos que habitam a região do Alto Xingo, em Mato Grosso do Sul. Kuarup é o nome de uma espécie de madeira encontrada na região, sendo este material uma representação dos espíritos de seus antepassados. Algumas toras de kuarup são ornamentadas com pinturas em referência aos finados e, em seguida, estacadas ao chão de maneira que formem uma linha.

Inicia-se então a dança: homens e mulheres, com os corpos pintados, iniciam os passos, de acordo com o ritmo dos maracás e das cantigas. A velocidade dos passos vai aumentando conforme a intensidade dos maracás.

5 – Kahê-Tuagê

Kahe-tuagê é uma das danças indígenas brasileiras que evocam as entidades que controlam o tempo. É dançada na época de secas, e seu objetivo é trazer a chuva. Diferente da maioria das danças indígenas, o kahê-tuagê tem como personagem principal uma mulher, pois segundo a cultura indígena, a entidade que controla a seca é feminina.

A dança é composta da seguinte maneira: a índia posiciona-se no meio de uma fila composta por outras índias que nunca tiveram filhos. Ao ritmo do maracá, as índias permanecem na mesma posição, mas balançando os braços e o corpo para frente e para trás, batendo palmas, e com os joelhos levemente flexionados.

6 – Dança da onça

Uma das mais exóticas e curiosas danças indígenas brasileiras: a dança da onça é uma representação do jovem índio que se tornou um bravo caçador. O dançarino principal encarna o espírito da onça que ele matou sem a ajuda de nenhum outro caçador. Entretanto, não pode ser identificado pelos outros índios da tribo.

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Para isso, veste-se com a pele do animal e utiliza uma máscara confeccionada com folhas de palmeiras. O índio em questão passa a dançar pelo terreiro com movimentos de batidas de pé e pequenos pulos, sendo seguido pelo pajé e pelo resto da tribo.

7 – Cateretê

Apesar de ser diretamente relacionada ao povo rural, o cateretê tem suas origens culturais nas danças indígenas brasileiras, mais precisamente as realizadas pelos tupis. Seus movimentos são caracterizados principalmente pelas batidas de pé no chão acompanhadas pelo ritmo do chocalho.

Seu primeiro registro histórico data por volta do século XIX: conta-se que, na época da catequização indígena, padre Anchieta tenha levados os movimentos e passos presenciados por ele às festas promovidas pela igreja católica da época. A dança então acabou sendo adotada pelos brancos, que realizaram suas adaptações culturais. É mais conhecida pelos brancos como catira. (Saiba mais sobre a DANÇA DO CATIRA)

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