Danças africanas tribais e modernas | Como dançam na África

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As danças africanas sempre estiveram presentes no cotidiano dos povos da África. Fazem parte das festividades e cultos sagrados, sendo dançadas por homens, mulheres e crianças. Por se tratar de uma atividade que parte da premissa de unir seus membros, geralmente é realizada em grupos. Além disso, as danças são um instrumento valioso para a transmissão da cultura de seus antepassados.

Significado

As danças africanas estão presentes em praticamente todos os eventos que acontecem em uma aldeia: são utilizadas na comemoração de nascimentos ou mesmo em um ritual fúnebre. Também são utilizadas na época de plantio, como uma forma de pedir aos deuses e entidades da selva por uma colheita abundante.



Os povos africanos acreditam que a dança é uma forma de se conectar com o mundo espiritual. Além disso, creem ser um instrumento capaz de se comunicar com as entidades da natureza. Ou seja, para eles a dança é capaz de realizar a conexão entre os espíritos e o plano terreno.

Características das danças africanas

Apesar de apresentarem algumas diferenças entre os países do continente, as danças africanas guardam algumas características em comum. Uma delas é com relação à preparação dos dançarinos: geralmente utilizam pinturas corporais, trajes específicos ou mesmo máscaras, ações que tornam os movimentos e passos das danças ainda mais expressivos.

Também apresentam em comum a formação dos dançarinos, dispostos em uma grande roda, semicírculo ou alinhados em fileiras. O ritmo dos movimentos e passos das danças são ditados pelas batidas de instrumentos de percussão tribais, como o atabaque e os tambores.



Tipos de danças africanas

As danças africanas não se resumem apenas às danças tribais. Entre os ritmos modernos, podemos destacar estilos que ultrapassaram as fronteiras da África para ganhar o mundo, conquistando milhares de adeptos. A seguir, apresentaremos 7 exemplos dos mais tradicionais tipos de danças da África, antigas e modernas.

1 – Schikatt

O schikatt é uma dança típica do Marrocos, caracterizada por passos e movimentos semelhantes às danças orientais, resultado da influência da cultura árabe na região. Dançada exclusivamente por mulheres, o schikatt é considerado uma dança erótica.

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As dançarinas utilizam trajes de seda e longos véus coloridos, assim como joias e outros tipos de adornos nos cabelos e pulsos. Os passos são caracterizados pelas batidas de pé (semelhantes às executadas no flamenco, dança típica da Espanha) e movimentos sensuais. Além disso, tocam instrumentos, cantam e batem palmas durante a apresentação.

2 – Semba

O semba é uma das mais populares danças africanas modernas. Surgiu nos anos 1950 através da fusão de vários estilos angolanos. Assemelhasse muito a dança de axé brasileira, apresentando movimentos de quadris e coreografias rápidas.

A palavra semba significa “a união dos corpos do homem e da mulher ao nível do abdômen”, podendo ser resumido por “umbigada”. Esse nome faz todo o sentido: na dança, o homem repousa a mão sobre o dorso da mulher, e o casal inicia uma alternância entre movimentos de inclinação corporal, passos longos e “umbigadas”.

3 – Afrofusion – fusão de danças africanas

O afrofusion é um conceito criado em 1970 na África do Sul, resultado da mistura de tipos de danças africanas tradicionais e contemporâneas. Os passos e movimentos guardam certas semelhanças com a dança Hip-Hop, entretanto, o afrofusion apresenta uma identidade própria.



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Os dançarinos distribuem-se de maneira alinhada e aleatória, iniciando passos sincronizados. Os movimentos dos braços e pernas são rápidos e envolventes, assim como o dos quadris. Em certos momentos, os dançarinos assumem uma formação circular, e um deles posiciona-se ao centro. Após finalizar sua coreografia, troca de lugar com um colega da roda.

O afrofusion está entre as danças africanas que mais exigem do condicionamento físico de seus dançarinos, pois seus movimentos utilizam a maioria dos músculos e articulações do corpo. É um excelente exercício físico, pois auxilia no desenvolvimento da força, coordenação motora e flexibilidade.

4 – Eskista

A eskista é a dança mais popular da Etiópia. Seu nome significa algo como “dançar com os ombros”, característica que a torna diferente da maioria das danças africanas, que geralmente enfatizam movimentos dos braços e pés. Essa dança tem origem tribal, e pode ser dançada por homens e mulheres.

A coreografia consiste basicamente em balançar os ombros para todas as direções, incluindo movimentos de inclinação do tórax. As pernas e os braços permanecem estáticos. Tais características são referências aos movimentos de uma cobra.

A eskista é dançada ao ritmo de instrumentos típicos da Etiópia, como o krar (espécie de lira confeccionada a partir de uma cuia), flautas e instrumentos de percussão. Sua temática é ampla, e pode ser praticada em eventos religiosos ou em ocasiões de caça.

5 – Kizomba – uma das mais famosas danças africanas

Kizomba é um estilo de dança moderna originária da Angola. Seus movimentos lembram vagamente os da dança zouk, entretanto, guarda importantes diferenças. É dançada por casais e apresenta passos sensuais e envolventes.

6 – Atilogwo

Atilogwo (também conhecida como dança acrobática) é um dos muitos tipos de danças africanas que apresentam temática espiritual. Atilogwo significa algo como “contém feitiçaria”. Essa designação é atribuída a boatos de que os dançarinos ingeriam alguma espécie de poção mágica, pois apresentavam-se de maneira muito frenética e energética durante um longo período.

Atilogwo 

Originária da Nigéria, seu ritmo é ditado por instrumentos de percussão (como o tambor e o atabaque) e pelo ogene, instrumento de metal tradicional. É uma das mais complexas danças africanas, pois envolve movimentos rápidos e acrobáticos, o que exige de seus dançarinos perícia e um bom condicionamento físico.

Os movimentos envolvem saltos, piruetas giratórias e inclusive momentos em que um dançarino equilibra um ou mais indivíduos nos ombros. Os trajes utilizados são coloridos e de temática tribal.

7 – Indlamu

O indlamu é um dos tipos de danças africanas pertencentes às tribos zulus. É conhecida como uma dança de guerra tribal, tendo seu ritmo ditado por instrumentos de percussão. Além de ser realizada em guerras, também é muito dançada em casamentos.

Os dançarinos utilizam trajes tradicionais dos povos zulus, confeccionados com peles de animais selvagens, colares feitos a partir de ossos e chocalhos afixados na altura dos tornozelos. Além disso, portam escudos e lanças utilizados nas batalhas.

O indlamu pode ser dançado em grupos (realizando movimentos sincronizados) ou solo. Os movimentos e passos dessa dança são bem curiosos. A principal característica consiste em levantar o pé acima da cabeça e, em seguida, pousa-lo firmemente ao chão, permanecendo em pé. Esses movimentos são alternados com piruetas e saltos giratórios, sendo um espetáculo muito envolvente.

Contribuição das danças africanas no Brasil

As danças africanas com certeza foram uma grande influência na criação das danças típicas brasileiras. A miscigenação cultural resultou em uma fusão de ritmos e estilos de dança, o que contribuiu para a riqueza do folclore e representações artísticas nacionais.

 

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